1ª edição Internacional da Mostra Quelly

A Mostra Quelly sempre foi pensada como um espaço alternativo de cinema, onde obras com temáticas de gênero e sexualidade finalmente  teriam espaço e protagonismo no Maranhão. Apenas quando realizamos a primeira edição, em 2019, percebemos que um evento desse tipo era totalmente inédito no estado e a importância de lutar por sua preservação. 

Chegamos na sexta edição totalmente renovados e cientes da importância desse evento para o Maranhão. Nesta edição, além de exibir filmes de várias partes do mundo, há oferta de oficinas com profissionais do audiovisual brasileiro  que estão tendo destaque na cena e que possibilitam um momento único de troca para o cinema local. 

Esta também é a nossa primeira edição internacional com exibição de filmes de grandes mentes visionárias que estão iniciando envolvendo a temática queer punk e sobrevivência. Abriremos a edição internacional com o histórico “A Rainha Diaba” de Antônio Carlos da Fontoura, que completa 50 anos de lançamento em 2023 e será exibido no Teatro da Cidade de São Luís, onde antigamente se localizava o icônico Cine Roxy.

George Pedrosa
Direção Geral


Palavra do Curador

Depois de três anos exibindo apenas filmes brasileiros, na sua sexta edição a “Quelly – Mostra Nacional de Cinema de Gênero e Sexualidade” se torna “Quelly – Mostra Internacional de Gênero e Sexualidade”, uma mudança que é, essencialmente, curatorial. Se antes, a Quelly só exibia filmes nacionais, nesta edição se propõe ao desafio de exibir filmes queers do mundo todo. Uma proposta que, ao mesmo tempo, traz mais responsabilidade e um trabalho mais intenso, mas, também, amplia as possibilidades de exibir filmes com propostas estéticas e narrativas particulares e distintas. 

A programação é dividida em quatro programas, que irão ser exibidos ao longo dos quatro dias da Mostra. O Programa 01, que também é a sessão de abertura, lança um olhar para a história do cinema queer brasileiro e exibe “A Rainha Diaba”, de Antônio Carlos da Fontoura, lançado nos cinemas em 1974. O filme é inspirado na história de Madame Satã, importante personagem da história do Rio de Janeiro e da noite da Lapa carioca. Um filme que foi duramente criticado por Antônio Moreno no seu livro, “A Personagem Homossexual no Cinema Brasileiro”, mas que nos dias atuais, sobre a luz dos estudos sobre o cinema queer, foi rediscutido e recolocado em seu merecido lugar de destaque dentro da cinematografia brasileira. 

Os Programas 02, 03, 04, são compostos por filmes contemporâneos, nos formatos de curtas, médias e longas, realizados em diversos lugares do mundo, e formam um conjunto estético e narrativo pautado pela pluralidade, ousadia, experimentações, erotismo e sensorialidade. Cada programa foi pensado como um convite ao espectador para fazer um mergulho nas possibilidades do cinema queer. 

Daniel Nolasco
Curadoria